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EXPANSÃO AGRÍCOLA NO CERRADO E AMAZÔNIA

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Este relatório apresenta uma versão atualizada da análise geoespacial da expansão da soja, considerando o novo limite do bioma Cerrado em escala 1:250.000 (IBGE, 2019), e tem por objetivo utilizar imagens de satélites para retratar a dinâmica da mudança de uso da terra associada à sojicultura. Além disso, amplia a análise incluindo a safra 2021/22.

Com a nova versão do Mapa dos Biomas Brasileiros, lançado pelo IBGE em 2019, verificou-se a necessidade de compatibilizar as análises deste estudo com o novo limite do bioma Cerrado que passou a ter uma área de 198,46 milhões de hectares. Embora essa redução corresponda a apenas 2,7%, o bioma perdeu 20,06 milhões de hectares e ganhou outros 14,51 milhões de hectares, justificando a reavaliação da dinâmica da expansão da soja a partir desse novo e mais refinado recorte do bioma Cerrado.

A soja praticamente triplicou sua área cultivada ao longo dos últimos 21 anos, passando de 7,43 milhões de hectares em 2000/01 para 21,43 milhões de hectares em 2021/22. Essa área representa quase 11% do bioma e 50,0%, segundo o levantamento por imagens de satélite da Agrosatélite. A taxa média de crescimento do período entre 2001 e 2022 foi de 667 mil ha a.a.; contudo, nos dois últimos anos, a taxa média dobrou, passando para 1.321 mil ha a.a. (1.172 mil ha em 2020/21 e 1.470 mil ha em 2021/22). No Matopiba, a área de soja passou de 0,965 Mha em 2000/01 para 5,086 Mha em 2021/22, correspondendo a um aumento superior a 5 vezes, fazendo com que a participação dessa região na área cultivada com soja no Cerrado passasse de 13% para 24%. Nos Outros Estados, a área de soja passou de 6,47 Mha em 2000/01 para 16,35 Mha em 2021/22, o que corresponde a um aumento de 2,5 vezes e representa 76% da atual área de soja do Cerrado.

Uma análise detalhada da dinâmica de mudança de uso e cobertura da terra associada à expansão de 5,89 milhões de hectares de soja no período de 2013/14 a 2021/22 mostrou que ela se dá tanto pela incorporação de novas áreas provenientes da conversão de vegetação nativa ou da intensificação de uso da terra por meio da conversão de pastagens, quanto da prática de manejo agrícola com rotação de culturas agrícolas ou pousio. Nos Outros Estados, 2,81 milhões de hectares expandiu sobre pastagens (intensificação) e 0,19 milhão de hectares expandiu com desmatamento; já no Matopiba, apenas 0,40 milhão de hectares expandiu sobre pastagens, enquanto 0,70 milhão de hectares expandiu com desmatamento. Nas duas regiões, uma parcela significativa da expansão da área de soja se deu sobre lavouras que estavam em pousio na safra 2013/14 (2,25 milhões de ha).

Com base nas análises realizadas neste estudo, pode-se afirmar que a tendência de expansão da soja no Cerrado continua de forma acelerada nas duas últimas safras. A expansão da soja com conversão de vegetação nativa, no período mais recente, é relativamente baixa na região dos Outros Estados, mas persiste no Matopiba.

O relatório está disponível abaixo:

Análise Geoespacial da Soja no Bioma Cerrado 2021/22:

uma atualização e reanálise com o novo limite do bioma

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A análise geoespacial da soja no bioma Cerrado acaba de passar por uma atualização que considera a evolução da sojicultura desde o ano-safra 2000/01 enfatizando o período de 2013/14 a 2018/19. O estudo incorpora uma ampla análise da mudança de uso e cobertura da terra associada à expansão da soja, bem como uma reanálise da aptidão edafoclimática da soja e das restrições de declividade e altitude.

O estudo foi financiado com recursos da ABIOVE, Associação Brasileira das Indústrias de Óleo Vegetal, motivada pela formulação de um mecanismo de compensação financeira em troca da preservação do excedente de vegetação nativa em imóveis \ produtores de soja no bioma Cerrado.

O relatório está disponível abaixo:

Análise Geoespacial da Soja no Bioma Cerrado 2001/2019

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Confira também os relatórios dos estudos prévios para o bioma Cerrado:

Em 2021, a Agrosatélite realizou um estudo ampliado para 61 municípios considerados como críticos pelo Soft Commodities Forum em termos de converção de vegetação nativa para soja. Trata-se de um estudo detalhado voltado para compreender em profundidade a realidade dos municípios produtores de soja que mais tem convertido vegetação nativa de Cerrado para a sojicultura nos últimos anos. Dentre outras coisas, o trabalho visa oferecer subsídios para que as seis empresas participantes dessa iniciativa, ADM, Bunge, Cargill, COFCO, LDC e Viterra possam desenvolver ações direcionadas à redução do desmatamento associado à cadeia da soja nesses municípios.

O estudo está disponível abaixo (apenas em inglês):

Também integra um estudo inédito análogo ao do bioma Cerrado, que foi estendido para o bioma Amazônia, apoiada financeiramente pelo Gibbs Land Use and Environment Lab da Universidade de Wisconsin.

Análise Geoespacial da Soja no Bioma Amazônia 2000/2017

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Canasat — sensoriamento remoto dos canaviais

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O MAIS ANTIGO E BEM SUCEDIDO PROJETO DE SENSORIAMENTO REMOTO APLICADO À AGRICULTURA

Um dos exemplos mais bem-sucedido do poder das tecnologias de sensoriamento remoto para avaliação de lavouras é o Canasat, nascido no Inpe em 2003 sob os cuidados da equipe de pesquisadores de onde sairiam os sócios da Agrosatélite — a empresa assumiu a responsabilidade pela execução do projeto em 2014. O Canasat atualmente mapeia os canaviais cultivados no Centro-Sul e no Nordeste do Brasil por meio de imagens dos satélites MSI/Sentinel 2A e 2B e OLI/Landsat 8. Da análise, resulta uma estimativa da área de cana disponível para colheita antes do início da safra. Mais: o projeto fornece subsídios para uma análise mais abrangente de um setor tão importante para o país como o sucro-energético. Exemplos disso são os dados sobre a taxa anual de renovação com cana de 18 meses, a área de expansão ou de retração dos canaviais, o histórico de mudança de uso e de cobertura da terra em decorrência da expansão do cultivo. Foi fundamental, também para diversos estudos acadêmico-científicos premiados relacionados ao setor (clique aqui para ler alguns deles).

A União da Indústria da Cana-de-açúcar de São Paulo (Unica) é usuária das informações geradas pelo Canasat desde 2003 — hoje o projeto de estimativa de área baseado em sensoriamento remoto em operação há mais tempo no Brasil.

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Moratória da Soja — agricultura e conservação

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MORATÓRIA DA SOJA - UM COMPROMISSO DE DESMATAMENTO ZERO NO BIOMA AMAZÔNIA

A Moratória da Soja completou, na safra 2020/21, 15 anos de existência ao longo dos quais manteve sempre o firme propósito de eliminar o desflorestamento da cadeia de produção de soja. Desde os seus primeiros anos de implementação sempre utilizou os mais avançados mecanismos de mapeamento e monitoramento para assegurar que a soja, produzida no bioma Amazônia e comercializada pelos signatários do acordo, esteja livre de desflorestamentos.

A Moratória é o exemplo mais bem sucedido do mundo de conciliação do desenvolvimento da produção agrícola de larga escala com a sustentabilidade ambiental, em seu quesito mais crítico: desflorestamento zero. A Moratória não coibiu a expansão da soja no bioma Amazônia, mas direcionou a produção para áreas já desflorestadas anteriormente à Moratória, buscando incentivar o desenvolvimento agrícola de forma sustentável.

Foram identificados 147 mil ha de soja em desacordo com a Moratória que corresponde a 2,5%. do total cultivado com a oleaginosa na safra 2020/21, no bioma Amazônia, ou seja, 97,5% da área de soja cultivada no bioma Amazônia não está associada à conversão florestal demonstrando a eficácia da Moratória.

Veja o relatório completo da safra 2020/21 que descreve a metodologia e apresenta os resultados detalhados do monitoramento da soja no bioma Amazônia.

PARA DEIXAR A SOJA PRODUZIDA EM NOVOS DESMATAMENTOS FORA DO MERCADO

A Moratória da Soja tem como principal objetivo assegurar que a soja produzida e comercializada no bioma Amazônia não esteja associada à supressão de vegetação florestal. Ela completou 13 anos na safra 2018/19 e a cada dia ganha mais força pelo seu papel altamente relevante na comprovação da sustentabilidade da produção de soja no bioma Amazônia para o exigente mercado internacional e nacional que quer consumir uma soja livre de desmatamento.

A Moratória não coíbe a expansão da soja na Amazônia, mas encoraja seu plantio em áreas desflorestadas antes de 2008, evitando assim novas conversões de floresta para soja, promovendo o desenvolvimento agrícola com sustentabilidade ambiental. A eficácia da Moratória é demonstrada pela gradual expansão de quase 4 milhões de hectares de soja ao longo dos últimos 13 anos com uma parcela de apenas 1,8% sobre novos desmatamentos.

Para identificar as lavouras de soja que não estão em conformidade com a Moratória a Agrosatélite realiza um rigoroso monitoramento envolvendo a análise de milhares de imagens adquiridas por diversos satélites de observação da terra. Dada a extensão territorial do bioma e o elevado índice pluviométrico ao longo do período da safra o monitoramento da soja nos desflorestamentos pós-2008 torna-se uma atividade desafiadora que a cada ano lança mão de inovações tecnológicas disponíveis para aprimorar este monitoramento.

A governança e a operação da Moratória são de responsabilidade do Grupo de Trabalho da Soja (GTS), constituído pelas empresas associadas à ABIOVE e à ANEC e por organizações da sociedade civil.

Veja o relatório completo da safra 2018/19 que descreve a metodologia e apresenta os resultados detalhados do monitoramento da soja no bioma Amazônia.

PARCELA DA SOJA EM DESACORDO COM A MORATÓRIA

Acesse o site da ABIOVE para mais informações.

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MAPEAMENTO DAS ÁREAS IRRIGADAS

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UM RETRATO DA CANA-DE-AÇÚCAR IRRIGADA NO BRASIL

A Agrosatélite foi selecionada em 2016 pela Agência Nacional de Águas (ANA) para mapear as áreas de cana-de-açúcar irrigada sob diferentes lâminas (irrigação de salvamento, com déficit hídrico e plena) em toda o Centro-Sul do país na safra 2015/16. O trabalho identificou a existência de 1,7 milhão de hectares de cana irrigada, o equivalente a 17,2% dos canaviais cultivados na região. Destes, apenas 27.300 hectares (1,6%) sob irrigação com déficit ou plena.

Agora a Agrosatélite retornou ao projeto, assumindo a responsabilidade pela atualização do estudo para a safra 2017/18 e incluindo a região Nordeste do país. Adicionalmente, serão mapeados seis polos de diversos cultivos agrícolas irrigados em diversas regiões do Brasil com base em dados meteorológicos e de sensoriamento remoto, oferecendo uma base metodológica para a expansão futura de mapas de cultivos irrigados.

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INVENTÁRIO NACIONAL DE EMISSÕES DE GEE

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UMA CONTRIBUIÇÃO PARA AS METAS DO CLIMA

Mais da metade das emissões de gases de efeito estufa (GEE) no Brasil são decorrentes das mudanças de uso e cobertura da terra. A Agrosatélite foi selecionada pelo Ministério da Ciência, Tecnologia, Inovação e Comunicações (MCTIC) para atualizar o mapa de uso e cobertura da terra de todo o país para a IV Comunicação Nacional (4CN), a fim de atender às obrigações do país no âmbito da Convenção-Quadro das Nações Unidas sobre Mudanças do Clima (UNFCCC).

Para realizar o trabalho, a empresa conta com uma unidade dedicada ao projeto, constituída por uma equipe multidisciplinar integralmente concentrada no processamento e interpretação de milhares de imagens Landsat e Sentinel adquiridas em períodos chave, considerando a dinâmica de mudança de uso e cobertura da terra de cada bioma.

No projeto, a Agrosatélite tem a oportunidade de produzir mapeamentos de excelência para estimar de forma confiável as emissões de GEE provenientes das mudanças de uso e cobertura da terra ocorridas no período de 2010 a 2016.